3 de Abril de 2016

Mandado de busca ao domicílio do chefe Kamuina Nsapu



O mandado de busca ao domicílio de Jean-Prince Mpandi na aldeia de Kamuina Nsapu assinala o início do conflito entre este chefe tradicional e as autoridades. Jean-Prince Mpandi acusa as forças de segurança de terem violado a mulher e prejudicado as suas atributos no poder. Por sua vez, as autoridades congolesas desmentem e acusam Kamuina Nsapu de criar uma milícia.

8 de Agosto de 2016

O chefe Kamuina Nsapu ataca Tshimbulu


Segundo próximos, o chefe estava revoltado com as condições impostas pelo regime de Jean-Prince Mpandi « Kamuina Nsapu » ataca a cidade de Tshimbulu apesar das negociações em curso. O balanço oficial estima-se em nove mortos. Foi no decurso deste ataque que a milícia Constantin Tshiboko chama o deputado e antigo ministro Clément Kanku - acusado pelo New York Times de ter responsabilidade nos actos violentos no Grande Cassai, para o informar quanto a detalhes da operação.

11 de Agosto de 2016

Últimas negociações


Vários deputados tentam, novamente, fechar a reconciliação entre o chefe Kamuina Nsapu e as autoridades. Estes telefonemas são gravados por um dos deputados. Jean-Prince Mpandi pede a intervenção da Monusco (Missão da Organização das Nações Unidas para a estabilidade na RDC). Aquando de uma visita ao Kananga, o Conselho nacional para a segurança, que agrupa os principais serviços de segurança e que é chefiado pelo Vice-primeiro ministro encarregado da pasta do Interior Evariste Boshab, exige a sua apresentação. O Conselho nacional para a segurança impõe um ultimato.

12 de Agosto de 2016

A morte do chefe Kamuina Nsapu


Os militares preparam ataques aos sectores controlados por Kamuina Nsapu : Fuamba, Kabundi e a própria aldeia do chefe. O ataque é filmado em dois ângulos por militares que dizem pertencer à 5e brigada integrando as forças armadas congolesas. Nos dois vídeos, vemos a morte de dezenas de crianças, a maioria armadas com paus. Jean-Prince Mpandi é assassinado em casa por volta das 16h00, antes do ultimato expirar. O corpo é mutilado e transportado para um local oculto. A corte real é destruída. Num terceiro vídeo, um militar acusa o chefe Kamuina Nsapu de ter desafiado Joseph Kabila de debater com os companheiros de armas a possibilidade de o castrar.

30 de Agosto de 2016

Primeira reorganização das forças armadas


O general Didier Etumba, chefe de Estado maior das forças armadas congolesas, implementa uma reorganização no seio de comandos. O coronel Kasilika Mwendapeke Jean-Marie, antigo chefe de guerra Maï-Maï (milícia de auto-defesa criada para a resistência da entrada no território de forças estrangeiras, ruandesas e ugandesas, aquando das duas primeiras guerras no Congo) e patrão da ex 5a brigada, é mudada para Beni no norte-Kivu. Os habitantes do espaço de Cassai denunciam a implementação de batalhões « ruandeses ». São assimilados como tais, porque são dirigidos por oficiais ruandófonos saídos das ex-rebeliões AFDL, RCD, CNDP et M23. É o início da subida crescente das forças de segurança, que se prolongará até ao final do ano de 2016. A partir do início do mês de Março de 2017, as forças congolesas, são cada vez mais alvo de acusações de abusos cometidos, substituem alguns oficiais que “davam mais nas vistas”.

2 de Setembro de 2016

Pelo menos 51 vítimas segundo um relatório da ONU


Segundo um relatório interno regista uma missão humanitária conduzida pela Unicef, datada de 2 de Setembro, registam-se pelo menos 51 mortos. “localidades foram afectadas pelo conflito, 806 casas queimadas, edifícios do Estado destruídos e perto de 12 000 deslocados no território de Dibaya. Um dos primos do chefe assegura o cargo interino de Jean-Prince Mpandi e ostenta, segundo testemunhos, as mesmas vestimentas, o que leva as populações a acreditarem que o chefe ainda estaria vivo.

22 – 23 de Setembro de 2016

Ataque do aeroporto de Kananga


As milícias tomam de assalto o aeroporto de Kananga, queimam pelo menos um camião anti-incêndio. O balanço oficial é de 28 mortos, entre os quais 8 polícias, 14 membro de milícias, 3 alunos mortos em empurrões e 3 mulheres mutiladas sem mais detalhes. O balanço da ONU é mais elevado: pelo menos 49 mortos, dos quais 8 oficiais de polícia, 30 feridos e dezenas de pessoas presas. Os membros Kamuina Nsapu são perseguidos para os territórios vizinhos de Dimbelengue. Por sua vez, de Dimbelengue as milícias são enviadas para o Cassai-Oriental.

4 - 5 de Dezembro de 2016

Ataque em Tshikapa


A partir do final do mês de Novembro, as informações assustam as aldeias entre Tshikapa e Kananga. Nos dias 4 e 5 de Dezembro, membro de Kamuina Nsapu conseguem entrar em Tshikapa, a capital da província do Cassai. Segundo um relatório altamente confidencial da ONU, datado do mês de Dezembro, 154 aldeias são afectadas pelos combates. O balanço avançado é considerável: pelo menos 95 mortes confirmadas e mais de uma centena de óbitos suplementares contabilizados, bem como mais de 150 000 pessoas deslocadas.

19 de Dezembro de 2016

Ataque no Kananga e noutras cidades no Grande Cassai


Em Kinshasa, as negociações da igreja entre o Presidente Kabila e a oposição são suspensas, vários ataques são atribuídos aos Kamuina Nsapu são anunciadas no Grande Cassai. Nomeadamente, entre 19 e 21 de Dezembro, em Kananga no Cassai-Central. Segundo a ONU, dezenas de elementos de milícias são mortos. Em Luebo, no Cassai, os símbolos de Estado são queimados, incluíndo a sede da Comissão eleitoral (CENI). Segundo testemunhos, membros de Kamuina Nsapu evocavam o fim do mandato de Joseph Kabila como motivo dos ataques.

19 de Dezembro de 2016

Duas personalidades afastadas


Na altura de constituir um novo governo dirigido pelo primeiro-ministro Samy Badibanga, são afastadas duas personalidades, ligadas à crise. O Vice-primeiro ministro responsável pela pasta do Interior, Evariste Boshab, é substituído por Emmanuel Ramazani Shadari, encarregado de conduzir as negociações com a família que reina Kamuina Nsapu. O governador Alex Kandé é igualmente suspeito e enviado para Kinshasa.

16 - 22 de Dezembro de 2016

Início da chegada dos capacetes azuis ao Cassai


A Monusco envia uma companhia de capacetes azuis uruguaios em Kananga, no Cassai-Central. As rotatividades terminam no dia 22 de Dezembro de 2016, segundo um comunicado da missão da ONU.

4-5 de Janeiro de 2017

Tshimbulu e Bakwa Nkata a ferro e fogo


Os Kamuina Nsapu atacam as duas localidades de Tshimbulu e Bakwa Nkata. São violentamente afastadas pelas forças de segurança. Pelo menos cinco valas comuns são documentadas pela RFI e pela Reuters e têm ligações directas com os confrontos. Num vídeo gravado em Tshimbulu, um militar explica ter usado uma granada lançada por foguete em direcção às milícias que, na sua maioria, não tinham armas.

26 de Janeiro de 2017

O primeiro-ministro Samy Badibanga cancela a visita


É um filho do país, mas o efémero primeiro-ministro Samy Badibanga não conseguirá dirigir-se ao Cassai-Central. O anúncio desta visita provoca confrontos entre as forças de segurança e as milícias de Kamuina Nsapu.

3 - 5 de Fevereiro de 2017

Massacre em Nguema


Um grupo de Kamuina Nsapu introduz-se na paróquia de Nguema, na fronteira entre os territórios de Luiza e de Kazumba, criando uma onda de pânico. Segundo as autoridades, este grupo procurava impedir as crianças de estudar. Pelo menos três valas comuns são documentadas. As forças de segurança afastam e perseguem presumíveis elementos de milícias. Segundo a ONU, o balanço estima-se a 47 mortes em Nguema. Um agente da Ceni é decapitado, tendo em pano de fundo as rivalidades eleitorais entre os Kete (etnia maioritária no território de Luiza) e os Bindjis (etnia próxima da de Kamuina Nsapu, e que encontramos nomeadamente no território de Kazumba) em redor da instalação de um futuro centro de recrutamento.

8 – 13 de Fevereiro de 2017

Massacre em Tshimbulu


Novo ataque “místico” de Kamuina Nsapu contra Tshimbulu. Segundo as Nações Unidas, foram mortas pelo menos 84 presumíveis elementos de milícias. A 9 de Fevereiro, um militar grava um vídeo no qual mostra as vítimas e armas apreendidas a maioria em madeira. As forças são acusadas pela Monusco de ter usado granadas lançadas por foguete.

12 de Fevereiro de 2017

A Monusco “preocupada” reforça a sua presença


Num comunicado a missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo mostra-se preocupada com o conflito que persiste nas províncias do Cassai, um conflito “marcado por violentes atrocidades cometidas por milícias Kamwina Nsapu ». A Monusco “condena firmemente” o recurso “ao recrutamento e à utilização de crianças- soldados, e os actos de violência contra o Estado”. Seis meses depois do início do conflito, a Monusco mostra-se, pela primeira vez, “muito preocupada pelos vários relatórios dando conta do uso desproporcional da força pelas forças congolesas.

Depois do despedimento de cerca de quarenta capacetes azuis, em Kananga, estes são instalados em Tshimbulu e em Kabeya Kamuanga. A presença civil da Monusco é também reforçada em Kananga.

17 de Fevereiro de 2017

Publicação do vídeo do massacre de Mwamza Lomba


É o primeiro vídeo com pormenores cometidos pelas forças de segurança e publicado nas redes sociais. Esta gravação mostra soldados a executar membros de Kamuina Nsapu munidos de armas “místicas” (vassoura, bastões). O autor deste vídeo, apresenta-se como um « FARDC », afirma estar em serviço em Mwamza Lomba, na localidade de Cassai-Oriental. O governo congolês diz tratar-se de uma montagem.

19 de Fevereiro de 2017

Ataques em simultâneo contra igrejas


Pelo menos seis igrejas foram atacadas em Kinshasa, Lubumbashi e Kananga, à margem das longas negociações políticas sob os auspícios da confederação episcopal nacional congolesa (Cenco). A igreja católica é regularmente alvo de ataques no Grande Cassai, uma vez que é acusada de estabelecer ligações com as autoridades. As escolas, e principalmente as católicas, são alvo de ataques “místicos” para impedir as crianças de estudar.

Fim de Fevereiro de 2017

Kazumba reacende-se. Cinco províncias são afectadas pelo conflito


O território de Kazumba é, também ele, palco de tensão. Esta é uma das zonas habitualmente dirigidas pelo rei dos Bashilange (um dos reinos mais importante do ex-Cassai Ocidental), do qual dependia Kamuina Nsapu. No mesmo período de tempo, a província de Sankuru é “contaminada”, sem dúvida pelas milicias que vêm de Lomami, e oriundas de Luiza.

8 de Março de 2017

O Alto-comissário Zeid reclama uma investigação internacional


Aquando do discurso de abertura da 27a sessão do Conselho de direitos do homem, o Alto-comissário da ONU para os direitos do homem, o jordaniano Zeid Ra’ad Al-Hussein, pede o restabelecimento de uma comissão para conduzir uma investigação internacional sobre as violências cometidas contra civis no Grande Cassai. Vários chefes de Estado africanos, entre os quais da África do sul, opõem-se.

12 de Março 2017

Dois peritos da ONU são executados


Em missão no território de Dibaya, o norte-americano Michael J Sharp e a sueca Zaida Catalan, membros do grupo de peritos das Nações unidos no Congo são raptados e depois executados por homens armados. Na segunda-feira 13 de Março, antes mesmo da Monusco, o governo congolês anuncia o rapto e acusa as milícias de Kamuina Nsapu de serem os autores deste duplo crime. Os corpos são encontrados e identificados três semanas depois. Michael J Sharp e Zaida Catalan investigavam os instigadores da violência que assola o Grande Cassai para aplicarem novas sanções.

17 de Março de 2017

Anunciado acordo encontrado junto das famílias


À saída do Grande Cassai, o vice-primeiro ministro responsável pela pasta do interior, Emmanuel Ramazani Shadari, anuncia o fim da revolta Kamuina Nsapu « apesar de algumas resistências persistirem». Declara que foi encontrado um acordo com a família real Kamuina Nsapu. No acordo visa a devolução do corpo do defunto chefe e a garantia de que o novo chefe será reconhecido.

18 de Março de 2017

Sete militares indiciados por crimes de guerra


Segundo a auditoria das forças armadas congolesas, o general Ponde, o vídeo do massacre de « Mwamza Lomba » é autentico. São perseguidos sete militares pelos crimes de guerra; assassínios,mutilações, tratamentos cruéis e desumanos e degradantes, como ainda refuta a confirmação de infracções cometidas. A justiça congolesa afirma ainda ter encontrado duas valas comuns.

23 - 24 de Março de 2017

Kamuina Nsapu acusado de ter executado 39 polícias


Segundo a polícia congolesa, dois camiões de polícia, cheios de materiais “para a manutenção de ordem”, caem numa emboscada em Kamuesha, no Cassai, no eixo Tshikapa-Kananga. O balanço anunciado estima que 30 polícias foram mortos. A polícias apresenta um vídeo publicado no YouTube, ataque atribuído aos Kamuina Nsapu. O vídeo mostra polícias sentados no chão no meio dos presumíveis membros de milícias. A polícia afirma ainda ter na sua posse o vídeo da execução.


No comunicado conjunto publicado a 28 de Março, a ONU, a União Africana (UA), União Europeia (UE) e a Organização Internacional da Francofonia (OOIF) condenam o ataque. Várias fontes no seio destas instituições questionam a veracidade das execuções.

26 de Março - 1 de Abril 2017

Banho sangrento em Tshimbulu


Segundo o Alto-comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, entre os dias 26 e 28 de Março, pelo menos 74 presumíveis membros de milícias, entre os quais cerca de 30 crianças, são assassinados em Tshimbulu pelas forças de segurança.

Outras fontes da ONU evocam o registo da morte de 67 elementos que pertencem ao Kamuina Nsapu, a 1 de Abril, nos confrontos em Tshidima, uma localidade situada a dois quilómetros de Tshimbulu.

28 ao 30 de Março de 2017

Operação porta-a-porta assassina em Kananga


Kananga não é poupada. Segundo o alto-comissário, uma operação “porta-a-porta” é conduzida pelas forças congolesas tirando a vida a pelo menos 40 pessoas, entre as quais mais de metade são mulheres e crianças. Esta operação decorre no município de Nganza, um dos feudos do grupo Kamuina Nsapu em Kananga.

31 de Março de 2017

O TPI “está atento à situação”


Num comunicado o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, apela à calma e alerta os diferentes actores implicados na crise do Grande Cassai. Desde 2004, o TPI abriu oficialmente uma investigação na RDC. Mas as investigações e processos debruçam-se sobre Ituri, no nordeste do país.

16 de Abril de 2017

Nomeação do novo chefe Kamuina Nsapu


A família do reino de Kamuina Nsapu anuncia em Kananga o nome do novo chefe tradicional escolhido para suceder a Jean-Prince Mpandi, assassinado em Agosto de 2016. Trata-se de Jacques Ntumba Kabeya, um antigo colaborador do deputado Clément Kanku. No mesmo dia, a família declara ter desenterrado os restos mortais de Jean-Prince Mpandi. Uma exumação resultante das negociações conduzidas pelo ministro do interior aquando sa sua passagem no Cassai-Central.

20 de Abril de 2017

As crianças são as primeiras vítimas da crise, segundo a Unicef


Segundo a agência da ONU, mais de um milhão e meio de crianças foram afectadas por esta crise, entre elas encontram-se 600 000 deslocados. Entre os números avançados pela Unicef : mais de 4 000 crianças foram separadas das famílias, 2 000 foram recrutadas pelas milícias, 300 crianças ficaram feridas e 350 escolas foram destruídas.

Um mês depois, a 24 de Maio, a Unicef anuncia que 400 000 crianças correm o risco de desnutrição aguda e severa, em consequência da suspensão dos programas de nutrição. Mais de um terço dos centros de saúde do Cassai Central deixam de estar funcionais.

5 de Maio de 2017

Mais de um milhão de deslocados segundo a Ocha


Num ponto de situação realizado a 5 de Maio em Ocha, na sede da coordenação humanitária da ONU) contabilizam-se 1,27 milhões de deslocados no Grande Cassai. Estima-se que 8 000 pessoas fogem todos os dias. Regista-se o aumento de movimentação da população devido, segundo o relatório, à multiplicação de conflitos. Multiplicam-se os confrontos entre as forças armadas e os elementos de Kamuina Nsapu, dos confrontos inter-comunitários e dos confrontos entre facções rivais de Kamuina Nsapu.

Segundo uma das raras ONG instaladas no lado angolanos da fronteira, a Associação juvenil para o desenvolvimento comunitário de Angola, cera de 30 000 congoleses atravessam a fronteira para se refugiarem em Angola. A ONU e as autoridades angolanas falam em mais de 20 000 pessoas.

15 de Maio de 2017

124 militares e polícias mortos desde Março segundo as forças armadas


No decorrer de uma conferência de imprensa o porta-voz das forças armadas divulga o balanço das operações em curso desde o início do mês de Março: 390 membros de milícias mortos, 503 capturados entre eles 54 menores. O general Léon-Richard Kasonga afirma que, no mesmo período de tempo, 85 polícias e 39 militares foram mortos, 26 feridos e nove desaparecidos.

19 de Maio de 2017

40 valas documentadas pela ONU no Grande Cassai


«A descoberta de novas valas comuns e o relatório denunciando violações e infracções continuas aos direitos humanos testemunham o horror persistente nas províncias do Cassai no decurso dos últimos nove meses”, declara em comunicado o Alto-comissário das Nações Unidas para os direitos humanos. Zeid Ra’ad Al Hussein anuncia que a ONU documentou, desde Agosto, 40 valas comuns entre estas, metade em Tshimbulu. Este balanço será provisório. Várias fontes da ONU afirmam ter recebido dezenas de outras alegações. Segundo o alto-comissário o trabalho de verificação ficará bloqueado, nomeadamente, pela hostilidade manifestadas pelas forças de segurança congolesas no terreno. O principe Zeid tenta criar, durante meses, uma comissão de investigação internacional no Grande Cassai.

21 de Maio de 2017

Um ex-ministro questionado pelo New York Times


O ex-ministro Clément Kanku é acusado pelo jornal New York Times de fazer parte dos instigadores das violências no Grande Cassai. O jornal deixa parecer que estará implicado na execução dos dois peritos da ONU. O diário americano baseia-se, sem precisar, nas escutas telefónicas pelos serviços de segurança congolesa e datadas de 8 de Agosto de 2016. Estas duas gravações foram encontradas no computador de um dos dois peritos executados, Zaida Catalan. O Procurador-Geral da República congolesa anuncia a abertura de uma investigação. O deputado do território de Dibaya, Clément Kanku desmente por comunicado e a conferência de imprensa é proibida pelas autoridades.

25 de Maio de 2017

Não há investigação da ONU sobre a morte dos dois peritos, afirma o governo


Numa entrevista à RFI, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Léonard She Okitundu, declara que o seu governo não pode aceitar esta investigação, argumentando o facto de haver uma investigação da ONU sobre eles próprios e os responsáveis da execução. A investigação poderia, desta forma, “tirar a credibilidade à justiça congolesa”. Para o chefe da diplomacia congolesa, o Conselho de Segurança é instrumentalizado “por alguns membros”, o que faria parte de uma “plano contra a RDC”. Na véspera, o porta-voz do secretário-geral da ONU tinha criticado a rapidez do procedimento congolês e estimado que mereceria uma investigação aprofundada.

29 de Maio de 2017

A UE sanciona nove personalidades a propósito dos ataques no Grande Cassai


Os países da União Europeia decidiram sancionar nove personalidades congolesas pelo papel assumido durante a crise que assola o país e em particular o Grande Cassai. São alvo nomeadamente o antigo vice-primeiro ministro do interior, Evariste Boshab, o seu sucessor Emmanuel Ramazani Shadari, o governador do Cassai Central Alex Kandé, o general Eric Ruhorimbere, o comandante adjunto da 21ª região militar baseada em Mbuji-Mayi, ou ainda Gédéon Kyungu, um chefe de guerra que tinha como reputação ser agressivo. Originário do Catanga vizinho é acusado de alimentar a milícia no Grand Cassai.